O problema da fofoca está na intenção — quando a fofoca vira crítica, exclusão, veneno.
Se alguém resolvesse aplicar uma pesquisa em Castanheira sobre os comportamentos mais reprovados, a fofoca certamente apareceria entre os primeiros. O mais irônico? Provavelmente até quem fofoca diria que a detesta.
Um artigo da BBC publicado pelo G1 (25/07/2025) traz uma abordagem instigante: por que, afinal, fofocamos tanto? Para a antropóloga Nicole Hagen Hess, a fofoca é qualquer troca de informações que afetam a reputação de alguém — não apenas intrigas, mas até comentários sobre roupas, atitudes ou o placar de um jogo.
Estudos mostram que, ao longo da evolução, falar sobre os outros ajudou a criar laços, organizar hierarquias e fortalecer grupos. Ou seja, fofocar pode parecer pecado, mas teve (e tem) função social: proteger, avisar, reunir. O problema está na intenção — quando a fofoca vira crítica, exclusão, veneno.
A Bíblia trata o assunto com seriedade: “A língua é um pequeno membro, mas se gaba de grandes coisas. Com ela bendizemos o Senhor e com ela amaldiçoamos os homens...” (Tiago 3:5,9). A reflexão é clara: nossa fala pode construir ou destruir.
A pergunta que fica não é apenas “por que fofocamos?”, mas: “o que queremos ganhar ao fazer isso?”
Falar menos dos outros — e mais com os outros — pode ser um bom começo.