Picada de marimbondo tira a vida de Marcos Rodrigues da Silva, o Marcão Cutia, morador do 4º Assentamento.
Quando amigos e familiares chegavam no Sítio das Pedras, no 4º Assentamento, no Vale do Seringal, em Castanheira, a referência de alegria era ele. “Era o mais brincalhão e todos o amavam”, dizem de Marcos Rodrigues da Silva, 47, amigos e familiares. E “naquela mesa... estará faltando ele”, acrescentam.
Por volta do meio dia desta quarta-feira, 18, Marcos, conhecido como Marcão Cutia, foi picado por marimbondos. Em certos casos, especialmente quando acontece no pescoço ou na mucosa oral e quando a pessoa é alérgica a esse tipo de picada, um ataque pode ser mortal. “Foi uma fatalidade”, lembra um amigo, dos muitos que, juntos, fizeram muitas pescarias, trocaram muitas prosas, tomaram muitas cervejas, jogaram truco e futebol, coisas habituais de seu cotidiano.
O bom companheiro de Marina Ferreira da Silva, que há poucos dias perdeu sua vozinha, Dona Regina dos Cutias, vai ser lembrado por muitas coisas, além das já citadas. Dos muitos almoços e jantares, sempre na concorrida mesa dos encontros dominicais, no Sítio, fica a lembrança dos churrascos e de seu gosto por frango de panela com polenta. Do futebol, a paixão sem medida pelo Palmeiras. E, no dia a dia, as lidas no campo, tirando leite, cuidando do gado e da plantação.
“Tio Marcos era uma das melhores pessoas que conhecemos. Sempre o chamava de Tio Gordinho, apelido carinhoso dado pelos sobrinhos”, destaca Regiane Rodrigues, uma entre eles, que perdem, juntamente com Marina, a Tia enlutada, uma referência de segurança e boa companhia. A grande comunidade paranaense também. Marcos era natural de Itacolomi, e residia em Castanheira desde a infância, quando os avós optaram por uma nova referência de vida.
“Não temos palavras para descrever a dor que estamos sentindo. Daqui pra frente as idas para o Sítio, especialmente nos finais de semana, nunca mais serão a mesma coisa, sem ele por lá”, concluem, num manifesto que dimensiona carinho e indica que a saudade dele, lembrando canção de Nelson Gonçalves e Raphael Rabello ao sentirem a perda de Jacó do Bandolim, vai doer em muitos.
Seu corpo está sendo velado na Casa da Saudade e deve ser sepultado nesta quinta-feira, 19,no Cemitério Bom Jesus, em horário a ser marcado.
