Irmã Eva: "Missionária não escolhe a missão"

Quando anunciamos que na editoria “por onde anda”, atendendo sugestão de amigos locais, faríamos contato com a irmã Eva, dias atrás, não esperávamos tamanha repercussão. As manifestações de expectativa dimensionam, certamente, o impacto de sua missão como integrante da Congregação das Irmãs Sacramentina de N. Sra, fundada pelo Pe. Júlio Maria De Lombaerde. Segue um pouco do antes e depois de sua presença em Castanheira. 

“Ver o progresso dos lugares por onde passei”. Assim a querida missionária católica Eva Maria Ribeiro, a irmã Eva, define  uma de suas grandes alegrias, incluindo o tempo de vivência em Castanheira, citada por ela como “terra dos desbravadores”.

Foi na década de 90 do século passado, mais especificamente no ano de 1994, que ela despontou por aqui, com uma bagagem de diversos lugares passados, que teceu uma serva de Deus experiente e capacitada a viver, no dia a dia, em vários cenários, as demandas do evangelho de Cristo.

De Castanheira, especificamente, diz ter “boas memórias, não só dos amigos e cúmplices de missão, mas do trabalho realizado com a juventude na Escola, com os agentes da Pastoral da Saúde, com os sacerdotes na formação de lideranças, com o povo de Deus na animação das comunidades, na celebração da Palavra, na catequese, nas visitas aos migrantes e povos indígenas”. Depois de nomear esses contextos, ela acrescenta, num tom próprio dos que fazem missão com o coração: “Oh! Que saudades...”

Ao mencionar as alegrias do ministério, além do progresso dos lugares, cita a emoção de ver o aluno que se torna professor, o catequizando que se torna catequista, missionário, acrescentando: “É a prova de que o Espírito de Deus é o grande protagonista da missão, nós somos os instrumentos dEle, nesta grande sinfonia vocacional”.

Ao ser questionada sobre desafios da obra missionário, lembra que sempre os encontrou. “Fazem parte da vida, mas todos superados!”, acrescenta. Cita, como referencial, o de sua peregrinação missionária em Angola, na África. Refere-se a eles como um povo pobre, sofrido, mas que supera a todos nós na adesão a Jesus, na alegria, na capacidade de acolhida e de partilha do pouco que tem.

Naquele país africano, respondendo ao “por onde anda”, que incorpora, naturalmente, o “por onde andou”, foram 14 anos de trabalho em parceria com os Salesianos de Dom Bosco e outras Congregações religiosas.

Do hoje destaca que está numa missão “muuuuuuuiiiito desafiante, mas gratificante”. Ela atua no Hospital Padre Júlio Maria, que define como “templo da dor”, observando que administrar um hospital regional com a complexidade do sistema de saúde, hoje, é um desafio. Fica em Manhumirim, Minas, terra de sua origem. “Tenho a honra de ter nascido numa cidadezinha de Minhas Gerais, chamada Itanhomi, numa família católica de 11 filhos, todos vivos e bem encaminhados na vida, graças a Deus e à educação cristã recebida dos nossos pais”, observa.

Como sempre existe alguma referência nos despertamentos vocacionais, irmã Eva lembra que, no seu caso, isto aconteceu observando a vida de um irmão Religioso, de feliz memória, e de duas irmãs sacramentinas, Jovelina e Ilda, que lhe encantaram com os seus testemunhos de alegria e serviço à comunidade.

Com toda uma vida dedicada às missões, lembra que “missionária não escolhe a missão, apenas obedece, acolhe e vai... deixa-se conduzir por Deus". E conclui: “É Ele o autor de todo bem que fazemos”.

Sobre a Congregação das Irmãs Sacramentinas

A propósito da história de irmã Eva estar ligada ao ministério das Irmãs Sacramentinas, o Castanheira News buscou informações sobre o tema. Elas são religiosas pertencentes a congregações dedicadas à adoração eucarística e à espiritualidade centrada no Santissimo Sacramento. O nome “sacramentinas” vem justamente do foco na Santíssima Eucaristia, que é chamada de “Sacramento do Altar”.

Existem algumas congregações diferentes com esse nome, sendo as mais conhecidas:

1. Irmãs Sacramentinas de Bérgamo – Fundadas em 1705, na Itália, por Santa Gertrudes Comensoli, são contemplativas e dedicam-se principalmente à adoração perpétua do Santíssimo Sacramento.
2. Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora – Fundadas no Brasil, têm um foco mais apostólico, atuando em educação, pastoral e serviço social, além da adoração.
3. Irmãs Sacramentinas Cegas – Fundadas pelo Beato Luís Orione, na Itália, acolhem e educam mulheres cegas, unindo espiritualidade e serviço.

Cada ramo pode ter missões específicas, mas todas compartilham a devoção à Eucaristia como centro de sua vida e apostolado. Você quer saber sobre alguma congregação em particular?