O nome de dona Donina fica vinculado, em Castanheira, a tradições semeadas pelos pioneiros.
A morte de um ente querido é um dos eventos mais dolorosos e desafiadores que um ser humano pode enfrentar. Este impacto profundo se manifesta nesta sexta-feira, 17, nos familiares e amigos de Donina dos Santos Lazzarotto, de 66 anos de idade, cujas despedidas acontecem às 16 horas, na Casa da Saudade, em Castanheira.
Dona Donina marca a história como representante de uma antiga geração, que ainda mantém tradições herdadas dos pais, avós e assim por diante, no caso dela, da cultura catarinense. É mais uma filha de São Lourenço, que chegou a região, com a família, tendo a frente do esposo João Lazzarotto, no ano de 1982, estabelecendo-se inicialmente em Fontanillas. Chegaram por lá na rota mais comum daqueles tempos, através da Balsa do saudoso Elizeu Rezzaieri.
Identificada com as lidas da terra, já nos limites de Castanheira, no Sítio São João, no 3º Assentamento, era parceira fiel do esposo, no cotidiano da roça, “sol a sol”, como lembra o genro Marlon de Jesus, morador de Juína, que define a pioneira que se vai como uma mulher “amorosa, amiga, companheira e que amava intensamente os filhos”. Define tudo numa só palavra: “Digna!”.
Nesta manhã, já tomados pela dor gerada pela ruptura entre a vida e a morte, a filha Dayane Lazzarotto, que voltou as origens, hoje residindo no distrito juinense de Fontanillas, quebrou ao silêncio para falar de algumas lembranças que ficam da história que se construiu: o chimarrão ao final das tardes, o bordado, o crochê e as práticas que trouxe do Sítio, pois ela morava nos últimos anos no Bosque da Saúde, em Castanheira. “Gostava de plantar flores e mexer com horta”, destacou ao Castanheira News.
Das virtudes, algumas já citadas por Marlon, uma das filhas, que prefere não se identificar, cita o bem, tão raro nos dias atuais. “Nunca maltratou ninguém”, observa. Talvez a origem esteja na fé, onde os valores do evangelho são ensinados. Era católica, sempre marcando presenças nas missas, enquanto pode. Márcia, ligada a família, por seu turno, reforça a lembrança, que ficará, de uma mulher batalhadora, que nunca desistiu das tarefas que a vida lhe impôs.
Teve 07 filhos. Deixa 13 netos. Descanse em paz Dona Donina! Consolo aos que viveram sua história!