Produtor rural conhecido por suas criações com materiais como bambú morre aos 83 anos.
Os distritos de Fontanillas e Terra Roxa, em Juína, e de alguma forma Castanheira, lamentam desde ontem, terça, 05, a morte de um idoso especial, ocorrida às 18 horas no Hospital Municipal do município polo da região noroeste.
Abilio Cardoso de Barros, 83, natural de Central de Minas, pai de 04 filhos, avô de 10 netos e bisavô de dois outros ascendentes, chegou na região de Fontanillas na década de oitenta do século passado, com a missão de cuidar da Fazenda Águas Marinhas, do amigo de longa data Antônio Gonçalves Rodrigues, o Tonico.
Gostou tanto do noroeste do Estado que resolveu empreender na agricultura, deixando marcas indeléveis a partir do km 18 do distrito turístico juinense não apenas pelo carinho com a terra, mas pelo dom de artesão que resultou em dezenas de peças como balaios - que usava para a venda de sua produção de ovos - cangas para carregar milho, que ele também produzia, cestos de bambú e até um instrumento, conhecido como garruchão, usado para tocar bois, como lembra o amigo Vilson Louber, residente no 1º Assentamento, na Comunidade São Jorge.
Seo Abílio, cristão dedicado da Assembléia de Deus, era aquilo que poderíamos chamar de “uma figura”, pelo seu jeito de lidar com as pessoas. Os netos que o digam, pois gostava de colocar apelidos. A Vitória, por exemplo, era a “Fiinha”, Verônica a Lolona e Adrian o Tatá.
Trabalhador, vai ser lembrado pelas gerações que se seguirão como um bom exemplo de homem do campo. Criava animais e plantava, além do milho, já citado, café, neste caso especialmente na Chácara na Gleba São Cristóvão, em Terra Roxa, referência de seus últimos anos, a partir de 2016.
Na Casa da Saudade, onde recebeu, na manhã desta quarta-feira, 06, as últimas despedidas, paz e tristeza se misturavam nas manifestações de um e de outro. Paz, porque cumpriu o seu dever. “Era um velho guerreiro de nossa luta por Fontanillas, uma pessoa íntegra”, destacou Nelson Cazuza de Souza. Tristeza porque deixa uma lacuna no coração dos próximos. “Era osso duro, deixa muita saudade”, pontua Nelson.
Presente ao local, o Rev. Dênio Costa, da Igreja Presbiteriana do Brasil em Colniza, ao lado da neta do falecido, sua esposa Vitória Karoline, responsável por algumas informações ao Castanheira News, lembrou, a propósito de sua fé, citando o evangelho de João 14.1, que seu Abílio viveu com a convicção de ter um lugar preparado para ele.
A pastora Geidibel Casusa de Souza Barros, por seu turno, sua nora, Vagner Cardoso de Barros, seu filho, também destacaram como Alcione Casusa de Souza a saudade que fica. Por ter familiares em Castanheira, Seo Abílio - ou irmão Abílio para alguns - foi sepultado por volta do meio dia, no Cemitério Bom Jesus.
