Vivemos mesmo uma época de coisificação do ser humano. Alguns comentários nas redes sociais, a propósito da morte do neto de Lula, Arthur, de 7 anos, vitimado por meningite, mostra que chegamos ao nível mais profundo da imbecilidade, nos últimos tempos, por conta de paixões políticas. De tudo que se leu, até aqui, o exemplo mais chocante foi da blogueira e youtuber Alessandra Strutzel. Referindo-se ao fato, ela destacou, num primeiro momento que registraria “pelo menos uma notícia boa”, referindo-se a morte do garotinho. Seu comentário foi seguido por um festival de expressões inimagináveis numa nação teórica e nominalmente “cristã”.
A própria Alessandra, posteriormente, espantada com a repercussão de sua observação, tentou uma mea culpa, destacando que “só queria saber como as pessoas reagiriam”. Se queria e sua estratégia expressa uma verdade, o que obviamente é questionável, o que se viu foi interpretado de maneira bastante honesta pelo Reverendo Alexandre Antunes, em texto reproduzido pelo também pastor, meu amigo, Reverendo (e advogado) Manoel Seixas, de Cuiabá.
“Com profundo lamento constato que as redes sociais se tornaram uma terra sem lei. Ver as pessoas destilando tantos comentários de ódio por causa da morte de uma criança, é estarrecedor. Zombar, brincar, escarnecer e até regozijar-se com a dor de um avô e uma família que perde uma criança de 7 anos em uma tragédia, é simplesmente deixar claro que chegamos ao fundo do poço da moralidade e dos valores. Onde está a empatia pelo próximo? Onde está a solidariedade? Onde está o amor?”, escreveu Alexandre.
Não conheço o pastor em menção, mas ele tem a postura que se requer de alguém que realmente conhece o evangelho de Cristo, onde até o inimigo deve ser objeto de amor por quem nEle crê. E para evitar outras “bobagens textuais”, gostaria de destacar outro trecho de seu texto: “Quem me conhece sabe das minhas críticas fortes ao PT e ao Lula. Mas, neste momento de dor, cedo minha solidariedade à família atingida por essa tragédia”. Faço minhas suas palavras.
Vivaldo S. Melo