“Estou com medo!” Não é incomum ouvirmos essa afirmação, principalmente nesses tempos de pandemia. Pesquisas indicam que o medo está no topo dos problemas mais comuns que as pessoas têm.
Na verdade todos nós temos medo. De alguém ou de alguma coisa. Desde medos mais bisonhos, como o medo de barata, até os mais desgastantes, destes que tiram o sono, como o medo de envelhecer e, claro, o medo da morte.
Mas, ter medo nem sempre é uma experiência negativa. O medo da violência, por exemplo, faz com que evitemos de fazer certas coisas, faz com que evitemos de andar por certos lugares, assim como o medo da morte, através de determinadas doenças, de tomarmos certos cuidados.
O medo, contudo, de uma forma geral, não é benéfico. Pode gerar desgastes emocionais os mais variados, comportamentos inadequados e até certas neuroses. Daí, a importância de sabermos lidar com ele.
A Bíblia, no seu todo, trabalha o assunto, conceitualmente e através de exemplos. O fundamento principal aponta na direção de que não deveríamos ter medo por uma razão principal: Deus nos ama! Nos ama muito e incondicionalmente. Logo, não pode alguém que nos ama, incondicionalmente, apesar do que somos e apesar do que fazemos, nos abandonar nas situações que geram esse sentimento.
No conhecido episódio em que os discípulos estavam com medo, por conta de uma tempestade em alto mar, Jesus Cristo, ao intervir, depois de estar dormindo, nos ensina algumas lições oportunas sobre os benefícios do amor de Deus nas situações de medo.
Um primeiro benefício do amor de Deus nas situações de medo é a sua presença. Jesus estava na popa, mostra-nos o evangelho de Marcos, no capítulo 4, versículos 35 a 41. Vendo a cena, parece que ele não está nem aí. Mas, a sua presença faria uma grande diferença.
Em vários textos a Bíblia indica a presença de Deus como fundamental nos cenários de medo. No Salmo 16,8, por exemplo, o que tranquilizou o coração do escritor bíblico foi a certeza desta presença: “O Senhor, tenho-o sempre à minha presença. Estando Ele à minha direita, não serei abalado”. Em vários outros o conceito é reafirmado: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado” (Salmo 34,18), “Perto está o Senhor de todos que o invocam!” (Salmos 145, 18).
Em Isaías 43,2 o profeta insere um recado de Deus para os nossos corações ao dizer “quando passares pelas águas, eu serei contigo. Quando passares pelos rios, eles não te submergerão. Quando passares pelo fogo, não te queimarás. Nem a chama arderá em ti”.
Um segundo benefício do amor de Deus nas situações de medo, ilustrado por Jesus Cristo na tempestade em alto mar, é o seu poder. “Levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: cala-se, aquieta-te. E cessou o vento e fez grande bonança”.
Sua voz ainda pode ser ouvida hoje, nas situações que nos impõem medo. Precisamos, contudo, fazer a nossa parte no processo de extirpá-lo. Nos salmos anteriormente citados, temos algumas dicas de posturas que precisamos adotar quando ele bate à porta. Mas, em síntese, quando temermos, no sentido de ter medo, devemos temer a Deus, no sentido de crer no poder que Ele tem.
O terceiro benefício do amor de Deus nas situações de medo, ilustrado na cena de Jesus com os discípulos na tempestade, é a Sua graça. Os discípulos estavam com medo e sem fé. O fato de Jesus intervir, mesmo assim, realça a sua graça, até porque Ele já tinha demonstrado seu poder em outras circunstâncias. Logo, eles não precisavam estar daquele jeito. Mas, graça é favor imerecido. E aqui ela abunda.
Se ficarmos com medo de alguma coisa e até com vergonha por demonstrá-lo, especialmente diante de Deus, precisamos entender que podemos, ao contrário, contar com Ele, que disponibiliza a sua multiforme graça aqueles que o buscam, se refugiando n’Ele.
Que essas três lições estejam diante de nós, especialmente nesses dias em que um certo pânico coletivo tem tomado conta de muitas pessoas. São dicas seguras, afinal provêm daquele que venceu o maior de todos os medos, o da morte, ao morrer na cruz.
Editoria do Innovare News
