Em muitos cenários o ideal de "Boas Festas" não aconteceu em Castanheira entre o fim e começo de ano. Acidentes graves, surtos e tentativas de homicídios deram um tom de tensão ao período.
Há tempo a equipe de emergência da Saúde de Castanheira não teve tanto trabalho como no chamado período de festas, entre o final de 2021 e começo de 2022. Em muitos cenários o clássico desejo de “Boas Festas” não aconteceu.
Um ataque de fúria de um cidadão, na tarde da véspera de Natal, 24, no 3º Assentamento, no Vale do Seringal, na propriedade de familiares, já foi um prenúncio para a equipe que o atendeu no Pronto Atendimento. O único meio encontrado pelos policiais (PM de Castanheira), que se deslocaram para o local, onde o mesmo ameaçava, com um facão, mãe, irmã e cunhado, foi a autodefesa, pois eles mesmos foram atacados.
O atendimento emergencial criou um sério problema para a equipe do Pronto Atendimento, pois paralelamente muitas pessoas estavam no local com outros problemas de saúde, tendo que aguardar por horas.
Já na madrugada do dia seguinte, ou seja, no Natal, por volta da 01h00 da madrugada, dois jovens deram entrada no Pronto Atendimento, depois que um deles perdeu a direção da moto que pilotava, colidindo contra o meio fio. Arremessados contra uma cerca, um deles, Matheus, teve traumatismo craniano grave, tendo que ser encaminhado para Juína e, posteriormente, Cuiabá.
No mesmo local, compareceu um casal, com ferimentos, depois que a moto que os conduzia chocou-se contra um animal em estrada vicinal.
Turbulência
Talvez o espírito da data natalina, que celebra a vida, tenha contribuído para que os casos requerendo cuidados da Saúde fossem menores na relação direta com o período da virada de ano. Nele, as coisas foram “bem turbulentas”, segundo relata um atendente, destacando os muitos acidentes registrados, inclusive de trabalho.
Entre os casos atendidos, uma mulher, da região dos Assentamentos, amputou dois dedos, um total e outro parcial, depois de um acidente ao cortar coco. Na mesma região, um trabalhador rural caiu do curral, tendo fratura de clavícula e costela.
Além de cidadãos locais, outros dois, um de Colniza e outro de Juruena, também foram atendidos. O primeiro fraturou um fêmur, tendo que fazer cirurgia em um Hospital particular de Juína. O outro, teve queda de Moto, tendo fratura grave na clavícula. Ambos foram encaminhados, posteriormente, a seus municípios de origem.
Tiroteio
O fato que mais repercutiu aconteceu nas primeiras horas do ano de 2022, numa lanchonete da cidade, onde um cidadão, por volta das 04h00, atirou contra outro, atingindo-o no ombro e na região da nuca. O projétil atravessou o crânio, alojando-se na região frontal. A vítima, transportada a Juína com acompanhamento de uma médica e uma enfermeira, já saiu de Castanheira em coma.
Neste incidente, gerado, segundo testemunhas, por uma discussão, um menor, de 15 anos, foi atingido por uma bala perdida, que lhe atravessou a coxa. Com a UPA de Juína já lotada, naquelas alturas, inclusive com o atendimento de dois pacientes de Castanheira, a retirada do projétil aconteceu no próprio Pronto Atendimento, mediante intervenção da Dra.Victória, que juntamente com a Dra Rayane, ambas de Cuiabá, cobrem período de férias dos médicos locais Dr. Yury e Dra. Sthephanie.
Outro momento tenso
Mas a tensão da primeira madrugada do ano não tinha acabado, pois um familiar da vítima grave do tiroteio esteve no Pronto Atendimento, querendo entrar, a todo custo, no local onde os primeiros socorros eram dados.
Impedido de fazê-lo, acabou quebrando uma porta de vidro, ferindo-se com gravidade, tendo uma artéria do braço rompido. “Ele perdeu litros de sangue”, segundo uma testemunha, tendo que ser encaminhado para Juína.
Acabou? Não! No mesmo período de festas um funcionário da Prefeitura Municipal perdeu a direção de sua moto, ao sofrer abalroamento de um veículo, na MT 170. Com a queda, teve fratura na costela.
Algumas testemunhas destes episódios ouvidas pelo Castanheira News destacam o empenho da equipe da Secretaria Municipal de Saúde em atender todas as ocorrências. “Teve profissional que deixou o ambiente de festa familiar para somar com a equipe”, diz uma delas. Tudo pela compreensão do valor da vida.
