A culpa pela crise de água em Castanheira pode estar relacionada a questões nem sempre lembradas.
Os alertas sobre uma crise hídrica no mundo, tem se avolumado nos últimos tempos por conta de cenas como a reproduzida, nas últimas horas, nas redes sociais, de uma equipe do setor de água de Castanheira, se utilizando de uma PC, para tentar diminuir o assoreamento do Rio 7 de Setembro, na região onde o precioso líquido é coletado para abastecer a cidade.
É ignorância absoluta, creditar o problema da falta de água em Castanheira ao prefeito Juninho, como se ele fosse responsável por uma série de motivos que tem ocasionado grande desconforto, especialmente na região do Guadalupe e que são os mesmos citados por especialistas no mundo inteiro.
Das causas do decréscimo acentuado do nível e vazão do Rio 7 e outros, em certas épocas, tem-se o aquecimento global, desmatamento, aumento do consumo – devido ao crescimento populacional – dentre outros. Muitos desdenham desta leitura. Mas, isto não muda a realidade.
Diante deste quadro, é preciso que seja feita uma sondagem nas terras do município, para ver se as nascentes de rios e córregos não estão sendo destruídas, porque isto faz com que o abastecimento da cidade fique na dependência também das águas das chuvas.
O assunto da falta de água tem ganhado força nas redes sociais, nestes dias, justo num tempo em que autoridades do mundo inteiro estão emitindo um sinal de alerta em relação ao futuro do planeta.
Em qualquer texto sério sobre o tema, vamos encontrar especialistas falando da importância da preservação e recuperação dos cursos d’agua, em especial dos rios, que têm um papel significativo, pois além do abastecimento de água para consumo humano, contribuem para as atividades de irrigação do solo para produção de alimentos, produção de energia hidrelétrica e como meio de transporte de mercadorias e pessoas em diversas localidades, facilitando a circulação.
Por conta deste cenário algumas coisas precisam ser consideradas com seriedade pelos castanheirenses:
1 - Antes de cobrar das autoridades, precisamos ver se não fazemos parte desta cadeia de motivos que estão gerando crise hídrica.
2 - Em relação a Castanheira, não custa lembrar que um reservatório de 50 mil litros está sendo implantado no Bairro Guadalupe, região mais atingida com a falta d’água.
3 - Precisamos reconhecer que as autoridades estão fazendo o que podem, enquanto o reservatório do Guadalupe não começa a funcionar. Entre as medidas estão o esforço para diminuir o assoreamento do Rio 7 no lugar da coleta de água e a realização de um trabalho de abastecimento, casa a casa, através de um caminhão pipa, nas regiões que mais sofrem com o impacto da crise.
4 - É preciso uma contrapartida humana de projetos de conservação de parte daqueles que se valem da natureza como meio da produção de riquezas.
Vivaldo S. Melo
