2 de outubro de 2016. Há exatos quatro anos e cinco dias, a prefeita de Castanheira, Mabel Almici, quebrava um tabu na história do município, conseguindo a reeleição primeira vez na história.
“Eu acho que a prefeita Mabel fez uma boa administração, mas não voto nela, acho que este negócio de reeleição não é bom”. A declaração, ouvida no interior de uma empresa, por um cidadão que buscava informações na semana que antecedeu a eleição municipal de 2 de outubro, parecia ressuscitar uma maldição da política castanheirense, de não conseguir reeleger seus mandatários.
O município já teve dois nomes bem-sucedidos em duas eleições, mas nunca simultâneas. Zilda Stangherlin, administrou de 1989 a 1992, nas primeiras eleições, e de 1997 a 2000. Dr. Jorge Luis Arcos foi prefeito de 1994 a 1996, pleiteando a reeleição. Não conseguiu, mas deu a volta por cima em 2001. Genes Rios, gestor de 2005 a 2008, também brigou para continuar no poder, sendo derrotado, de forma surpreendente, por José Antunes de França.
Em 2012 apareceu no cenário político local, Mabel de Fátima Milanezi Almici. Mesmo realizando um trabalho surpreendente, considerando-se as condições econômicas do país, especialmente no período da segunda etapa de seu mandado, marcado por crise econômica aguda, esta pequena mulher, de 57 anos, paulista de Ipiranga, casada com José Geraldo Almici, tinha contra si várias situações, para entrar na corrida eleitoral pela reeleição. Naquelas alturas, o Partido dos Trabalhadores, no qual preferiu ficar mesmo sendo convidada para deixa-lo, era objeto de execração nacional. Somando-se a isto, um forte conjunto de forças fez aliança contra sua candidatura e, como não poderia faltar, da cabeça de um ideólogo de plantão começou a ganhar força a pregação contra a reeleição.
Já nos últimos dias da corrida ao Paço Municipal, a tese, de que os mandatários reeleitos não conseguem fazer um bom trabalho na segunda gestão, ganhava força, a ponto de gerar alguma angústia aos postulantes da coligação “Trabalho, Progresso e Transparência”. O fantasma da reeleição estava de volta, dando susto em alguns, menos em Mabel, que manteve a sua calma e tranquilidade. Acabou vencendo o pleito com um percentual de 60% dos votos válidos, quebrando um tabu.
“Estou certa que os desafios do porvir são maiores, mas pretendo trabalhar com a mesma determinação”, disse após a vitória. E para confirmar suas palavras, mesmo o período pós campanha e de final de ano sendo marcado por inércia da maioria dos administradores, a reeleita já foi vista em Cuiabá, nas últimas semanas, fazendo contato com parlamentares. Sua agenda ainda não fechou!
