Depois de polêmicas, Anvisa autoriza retomada de estudos da coronaVac, vacina chinesa.
Num contexto dividido em dois cenários, o da ciência e o da política, um episódio relacionado a uma das 11 vacinas em fase 3 de estudos, a coronaVac, chamado de “evento grave adverso”, polarizou atenções nas últimas horas.
Antes mesmo que a razão da morte de um dos voluntários nos testes da vacina chinesa fosse explicada, anuncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), suspendendo os estudos, acirrou a politização do tema, chegando-se ao ponto de um lado criminaliza-la.
Com a confirmação de que o óbito está relacionado a um suicídio e com a crítica de vários setores ao “modus operandi” do pós evento, a Anvisa anunciou na manhã desta terça-feira, 11, a retomada dos testes da vacina. “Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, temos subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação”, diz nota da instituição.
A decisão serviu para que autoridades científicas reiterassem posicionamentos como “vacina não tem nacionalidade ou origem ideológica” ou “nenhuma vacina é melhor do que a outra”, numa crítica direcionada a líderes políticos que tem usado as redes sociais para fomentar vaidades pessoais, já de olho nas eleições de 2022, sem levar em conta a vida como bem maior.
Notícias animadoras
Em meio à guerra político-ideológica no entorno da corrida da ciência por uma imunização segura, paralelamente boas notícias tem chegado ao conhecimento público.
A vacina da Pfizer divulgou resultado parcial de testes de sua vacina com 94 pessoas com a COVID 19, indicando eficácia de 90%. A vacina russa Spitinik V teria eficácia de 92%, segundo testes feitos num núcleo de 20 pacientes.
Entre uma e outra, a diferença está que a Pfizer publicou o protocolo dos procedimentos. Na segunda, além do número de pacientes ser bem menor, autoridades científicas além da Rússia ainda não tiveram acesso ao protocolo.