As gestões públicas procuram fazer sua parte, promovendo limpezas de tempo em tempo, mas alguns cidadãos insistem em descartar lixo em qualquer lugar, inclusive na frente da casa do próximo.
Ah, que orgulho! Castanheira e Juína estão empenhadas numa disputa acirrada para ver qual cidade consegue transformar mais espaços públicos em depósitos de lixo a céu aberto. E, pelo visto, ambas estão dando um show de irresponsabilidade e falta de educação, na contramão de todos os esforços das autoridades.
Em Juína, a Sinfra, sob o comando do ilustríssimo Jônatas Plínio, descobriu o óbvio: um córrego entupido de geladeira, guarda-roupa, sofá e até restos de árvores frutíferas (porque, claro, nada diz "cuidado com o meio ambiente" como jogar uma carriola no rio que abastece a cidade). O resultado? Águas poluídas desembocando no Rio Perdido, porque, afinal, por que preservar a fonte de água potável se podemos transformá-la num afluente de esgoto a céu aberto?
Mas não se engane, Castanheira não fica atrás! O Aeroporto Municipal, que deveria ser cartão-postal, virou o point preferido dos amantes do descarte criminoso. Restos de animais? Sim, porque nada combina mais com a chegada de visitantes do que o cheiro de carniça e o visual de um cachorro em decomposição. Gavetas de móveis, madeiras, TV de tubo (que, convenhamos, são verdadeiras relíquias arqueológicas) e até sofás que, mesmo após anos de abandono, insistem em não desaparecer.
E o melhor de tudo? Se algum morador, incomodado com o lixo alheio, resolver devolver os detritos aos seus legítimos donos, ainda corre o risco de levar uma bronca. Sim, porque para muitos, jogar lixo na rua é um direito sagrado, mas reclamar é um crime imperdoável.
Enquanto isso, cobras saem do lixão improvisado para passear na Avenida Carolina Rezzieri, e insetos fazem a festa, garantindo que doenças tenham um lugar especial na vida dos cidadãos. Mas, ei, quem precisa de saúde quando se tem o privilégio de viver num cenário pós-apocalíptico?
Se o objetivo é competir para ver qual cidade consegue afundar mais no próprio lixo, parabéns! Vocês estão no caminho certo. Mas se a ideia é viver num lugar decente, talvez seja hora de parar de agir como se o planeta (e a cidade) fossem uma lata de lixo gigante. Talvez as autoridades, que sempre contam com o bom senso, devam ser mais rígidas. E para que não sejam acusadas de falta de misericórdia, poderiam começar uma ampla campanha de conscientização contra essa tendência!