Castanheira perde moradora que viveu em seus primórdios
O calor já era escaldante nas terras onde um dia Castanheira seria formada, quando Otelino Vieira e família, vindos de Rondonópolis, onde chegaram em 1972, depois de décadas em Bom Sucesso, Paraná, desceram seus pertences. Além dos filhos Wilson, Luís Carlos, Norma, Paulo Sérgio (in memoriam), Jaime Marco Antônio, pisava em solo do noroeste de Mato Grosso uma mulher aguerrida: Hermínia da Silva Vieira, a matriarca da família. A chegada no novo contexto no distante ano de 1979 foi alimentada pelo sonho de novas oportunidades.
Essas referências marcam o desfecho de um capítulo de uma história que neste domingo, 22, encerrou mais um capítulo. Dona Hermínia, natural de Garças, interior de São Paulo, deu seu último suspiro. Eram duas horas da manhã na UPA de Juína. A já frágil mulher, que teve a vida marcada pelo árduo trabalho na roça para criar os filhos, deixa saudades entre esses, os seis netos e os sete bisnetos, cinco anos depois da partida de “Seo” Otelino.
“Minha mãe era uma guerreira, cumpriu sua missão”, diz Wilson Vieira, referindo-se ao seu espírito atuante nas lidas do Sitio São Sebastião, na linha Fontanillas, onde passou boa parte dos quase 40 anos de vivência em Castanheira. Se a vida tem seus mistérios, a determinação em trabalhar talvez tenha vínculo com o fato de ter nascido num dia do trabalhador – 1º de maio – ano de 1938, no século passado. Por sua determinação em somar esforços no seio da família, pode se dizer que Dona Herminia descansou. Seus últimos anos foram passados no Bairro Guadalupe, onde tinha uma residência, e no Sítio Boa Vista, no 1º Assentamento, de propriedade do filho Luis Carlos Vieira. Ali era cuidada pelos que a amavam, após ter sofrido um AVC.
Depois de velada na Casa da Saudade, seu corpo será sepultado às 08h00 desta segunda feira, 23, no Cemitério Municipal Bom Jesus.