Após mais uma morte na MT 170, entre Castanheira e Juína, buracos na pista são lembrados como um dos agravantes.
Mais um grave acidente na tarde desta quarta-feira, 08, MT 170, nas proximidades do Córrego das Pedras, que alguns chamam de Rio das Pedras, no limite entre Castanheira e Juína, com uma vítima fatal, reacendeu, nas redes sociais, as discussões sobre um problema sério da rodovia: os buracos.
Francisnelma Gomes Pereira, 24 anos, residente em Juína, perdeu sua vida quase um ano depois da morte, também em julho, no dia 25, de outra moradora de Juína, identificada como Ana Claudia, um pouco antes do acidente de ontem, no sentido Castanheira-Juína, na mesma rodovia.
No mesmo trecho, em 24 de abril deste ano, o jovem Daniel Batista Raposo, 19, também de Juína, que seguia de moto sentido Juína-Castanheira, ficou gravemente ferido, ao colidir com um Fiat Pálio. Depois de ser transferido de Juína para Cuiabá, acabou falecendo.
A lista de acidentes graves com óbitos na MT 170, é grande. Em todos eles, questões como alta velocidade, bebida e imprudência são citadas como razões maiores. Mas, tem os buracos!
Após a reportagem de ontem nos sites regionais, em suas páginas no facebook, os buracos foram citados por vários internautas como um dos agravantes.
“Se juntar imprudência, bebida, alta velocidade e buracos, o resultado é trágico, e é o que tem acontecido demais nesta rodovia”, cita um deles.
O trecho pavimentado de 39.06 quilômetros entre as duas cidades foi inaugurado em 26 de fevereiro de 2010, pelo ex governador Blairo Maggi. “Hoje com oito horas eu chego a Cuiabá, antes podia levar até uma semana, dependendo da situação”, disse, na ocasião, o então prefeito de Castanheira, José Antunes França, o Dega.
Não apenas o trecho Juina-Castanheira, mas aqueles construídos em percursos anteriores, como Brasnorte-Juína, começaram a apresentar o mesmo problema menos de quatro anos depois. E isto lança luz sobre a má qualidade da pavimentação asfáltica.
Com a omissão do Estado em realizar um trabalho mais consistente do que as operações tapa buracos anuais, que consomem milhões, muitos chegam a reivindicar a intervenção das prefeituras que tem estrutura operacional para realizar o serviço.
Em recente reunião da Câmara Municipal de Castanheira, o vereador Marcos de Souza Lima, o Marquinhos da Educação, solicitou a execução do serviço de reparação pelo menos no trecho entre a árvore-símbolo da entrada da cidade e o perímetro urbano, onde os motoristas, que não são treinados a fazer ziguezagues na pista, passam apuros, diariamente.
No meio das discussões, um leitor, identificado como M.F.A, de Juína, lembrou que a culpa não é dos prefeitos. “Os buracos são do Mauro”, condicionando, de forma exagerada, mas num desabafo, a responsabilidade ao governador Mauro Mendes.
No recente lançamento do programa Mais MT, com investimentos de R$ 4,7 bilhões, nenhum recurso foi anunciado para melhorias do trecho Juína-Castanheira. Outra obra vital, uma ponte de concreto sobre o Rio Vermelho, na ligação entre Castanheira e Novo Horizonte, em outra rodovia estadual, também não foi lembrada.
Entre os prefeitos, várias reuniões já foram realizadas para reivindicar melhorias nas rodovias da região noroeste do Estado, incluindo o recapeamento da rodovia entre Juína e Castanheira.
De olho no problema, o deputado federal Dr. Leonardo tem lutado pela federalização de 708 km de rodovias estaduais que ligam Jangada-Castanheira, passando por Tangará da Serra.
A proposta inclui trechos das rodovias 246, 343, 358, 364 e a MT 170, transformando-as em BR 364. A visão é de que os recursos virão com mais facilidade. Neste caso, que não hajam buracos. Se existirem, não serão mais do "Mauro".
Fotos cedidas pelo JUÍNA NEWS
