Nos últimos quase seis meses, amigos e familiares tem acompanhado o drama do jovem Anderson Rosa da Silva, que sofreu um grave acidente no dia 14 de outubro de 2018, no encontro das águas dos rios Vermelho e Juruena, no Vale do Seringal, tendo a coluna cervical gravemente afetada. Nesta segunda-feira, 08, Anderson, que nasceu em Castanheira, sob os cuidados do Dr. Jorge Arcos, completa 26 anos. Em sua residência, no Bairro Santa Rita, recebeu o Innovare News para contar um pouco de sua experiência.
Este tempo de adaptação tem sido marcado por um aprendizado contínuo. Com os limites próprios de todo ser humano, confessa que especialmente os primeiros meses foram extremamente difíceis. Se os especialistas costumam dizer que as pessoas que de uma hora para outra se veem com uma deficiência física costumam atravessar quatro fases, para Anderson, a primeira, do choque, foi superada. A segunda, de um comportamento de defesa, também. Hoje ele já está plenamente envolvido com o tratamento, que inclui exercícios de alongamento e musculação, e fisioterapia. Como precisa contar com “os outros”, cita como grandes ajudadores os pais, Sebastião e Jovelina, a irmã Ana Paula, o sobrinho Enzo e os profissionais de Saúde Teilon Gustavo, fisioterapeuta, e Alex da Silva Santos, médico.
Anderson tem encarado a realidade de seus limites com muita fé. Na escala de prioridades aponta para Deus, a família e o filho, José Carlos, como as maiores. Deste último, diz com carinho ser “o cara que me dá força para lutar”. Sabe que é preciso fazer a sua parte num processo que, em muitos casos, gera ansiedade e depressão. Como exemplo de seus esforços, está o fato de já poder comer sozinho e manusear um instrumento que o aproxima de muitos que não estão próximos, o celular. Perguntado sobre coisas que sente falta, de imediato lembra a prática do futebol, esporte pelo qual nutre paixão. É palmeirense apaixonado, a ponto de ser encontrado um pouco triste, hoje, por conta da eliminação, ontem, nas semifinais do Campeonato Paulista pelo São Paulo FC. Enquanto fala, o filho, no quintal, com as vestimentas do verdão, ensaia os primeiros dribles, algo que aprendeu do pai.
Ao falar de sua dura realidade, Anderson insiste num tema: a bebida. “Se não fosse a bebida, eu não estaria como estou”, diz. Seu propósito é alertar especialmente a juventude sobre o perigo dos excessos. Destaca que sua maior tristeza, hoje, é não poder contar com o filho o tempo todo. Das alegrias, é incansável em mencionar as pessoas de Castanheira. “É um povo maravilhoso!”. Desafiado a um conselho, fala da importância de se viver o máximo, mas valorizando a família e seus valores. Do futuro, singulariza a fé em dias melhores, com os cuidados de Deus.“Se Ele é por nós, quem será contra nós?”, indaga.