José de Oliveira Marin, o “Zé de Marin”, é conhecido na comunidade por sua simplicidade e maneira gentil de tratar o próximo.
Com essa frase como subtítulo, a Revista Innovare, em sua 6ª edição (abril de 2015), contou um pouco de sua história. Para quem não leu, reproduzimos o texto a seguir.
Zé de Marin, como é conhecido esse ilustre filho de Riachão do Dantas (Sergipe), bem que poderia ser chamado de Senhor Gentileza. Tranquilo e de sorriso franco, costuma responder “Sim, senhor!” quando abordado por qualquer pessoa.
Foi assim, várias vezes, durante o encontro que teve com a INNOVARE para falar um pouco de sua vida — a pedido da própria comunidade castanheirense, que o vê como um modelo das virtudes mais relevantes na vida de um homem. Talvez essa tenha sido a primeira iniciativa do gênero, pois sua história não busca holofotes. Mas, diante da insistência, ele não negou uma boa prosa.
Seus primeiros anos de vida foram marcados pela aridez do Nordeste, o que levou seu pai a buscar um lugar melhor para viver. “Gente é que nem criação: onde uma vai, as outras vão atrás”, diz, com tom de saudade, ao lembrar a saga da mudança.
Terceiro numa família de cinco irmãos, encantou-se com Montanha, no Espírito Santo, terra encontrada nessa busca. “Para quem cresceu pobre, num chão marcado pela falta de água e pela seca, não tinha como não gostar daquela terra boa, onde meu pai comprou um pedacinho”, conta.
Anos depois, parte da família retornou ao Nordeste, mas Zé de Marin resolveu ficar. Foi então que conheceu a família Vargens, especialmente o patriarca, Manoel. “Gente boa demais”, destaca, referindo-se àquele que viria a ser seu sogro, pois em janeiro de 1977 ele se casou com Lindaura Vargens.
O curioso é que ambos, hoje católicos praticantes e envolvidos com a Igreja, trocaram o primeiro olhar em um culto evangélico, em terras capixabas. Dessa união nasceram os filhos Lucélio, Katiane e Ivanice. Quando desafiados a falar do pai, eles não poupam elogios: espelho, exemplo, modelo de simplicidade e determinação são alguns dos adjetivos.
Quem o vê na Fazenda Paraíso, na Linha São Roque, não imagina as lutas desse simpático cidadão, que diz amar Castanheira — “terra de gente boa”, como costuma repetir.
“Tive uma vida marcada pelo trabalho”, observa. Começou engordando porcos e dedicou 40 anos à lida com o leite. Durante todo esse tempo, nunca abandonou a fé e sempre honrou um legado do pai, de quem herdou o apelido “Zé de Marin”: nunca dever a ninguém um centavo!
Com os olhos brilhantes, confessa: “Deus é tudo; sem Ele, somos como papel ao vento, que bate no muro e volta”. Coloca a família no topo de suas prioridades e admite que a maior tristeza “é ver alguém em situação difícil”.
Em Julho de 2024 esse querido cidadão mudou-se para Juína. "Mas está na Fazenda pelo menos uma vez, toda a semana", revela a filha Ivanice. Ali mantém a rotina no que mais gosta de fazer, as lidas do campo.
No próximo dia 12 de junho vai completar 83 anos. "Ele está super bem, tendo ótima qualidade de vida", acrescenta, com um exemplo que ilustra sua condição: "Foi com minha mãe para a roça, vacinar; minha mãe voltou e ele ficou por lá!".
Quando perguntado sobre um sonho, responde de forma conclusiva: “Viver mais tempo!”. E o futuro, diante de tanta gentileza e carinho pelo próximo, certamente agradece!