Antônio Maria insere seu nome entre os pioneiros da construção civil. Foi também pai da primeira criança a nascer no município.
Um choque! Foi assim que os castanheirenses reagiram, no meio da tarde desta sexta-feira, 09, à notícia da morte, de forma trágica, de Antônio Maria, 71. Seu nome, doravante, estará ligado a alguns dos melhores capítulos da história do município.
Antônio Maria chegou a Castanheira em seus primórdios. Sabia contar, com detalhes a saga da chegada de sua família, ancorada no patriarca, Ricardo Antônio Maria, pai de 11 filhos, incluindo ele, o mais velho entre todos, numa viagem de semana, a bordo de um caminhão, a partir de São Lourenço, Santa Catarina. Isto foi no início dos anos 80.
Neste ano completou 42 anos de presença na terra, onde criou, com a inseparável companheira Leny, os quatro filhos. Flávio e Sonia vieram do sul, pequenos, tendo, à época, 5 e 3 anos, respectivamente. Andreza e Marcia nasceram na nova terra, sendo que essa última vai se perpetuar nas páginas da história, pois foi a primeira criança gerada em seu solo.
Carpinteiro, deixou marcas em vários cantos da cidade. Foi, pelo tempo de chegada, pioneiro entre os homens que trabalham com madeira. Gostava de lembrar que a primeira casa, de uma série de outras construídas com sua participação, foi erguida onde hoje se encontra a Sorveteria do Arno na região central da cidade. Seria de Osvaldo Miranda, que acabou deixando a região.
Sua ligação com a terra sempre foi muito forte. Também produtor rural, vivenciou parte de seus dias na linha 01, no Sitio Castanheira, hoje pertencente ao Leone Costa, da Agropecuária Castanheira. “Era muito correto nos negócios”, diz o sobrinho João Carlos Maria, o Palito.
Amigos destacam como qualidades deste pioneiro, a humildade, o trabalho sério e o apego a família. Os mais próximos, especialmente do grupo Saber Envelhecer, não esquecem o longo tempo em que esteve entre eles. Lá foi Mister. “Dançava demais com a Dona Leni”, lembra Amaziles Eleto, Secretária de Assistência Social, lembrando de sua presença nos bailões das quintas feiras.
O corpo de Antônio Maria está sendo velado na Casa da Saudade e deve ser sepultado neste sábado, 10, no Cemitério Bom Jesus. Além dos filhos, deixa 2 netos e 4 netas. E uma história de pioneirismo a ser compartilhada com as futuras gerações.
