Há 10 anos edição nº 04 da Revista Innovare News destacou em matéria de capa a relação do castanheirense com a onça, felino hoje cada vez mais raro na região noroeste de Mato Grosso.
Em agosto de 2014 foi lançada a 4ª edição da Revista Innovare News, que daria origem, posteriormente, ao Site Castanheira News. Nas páginas 10 e 11, uma reportagem reportou episódios da relação homem/onça, o maior felino da América do Sul, nos primórdios do município.
A manchete do texto “O Inimigo da Onça” foi pensada para estabelecer conexão com notório e histórico "causo" “O amigo da Onça”, publicado em 23 de outubro de 1943, na revista “O Cruzeiro”.
Das experiencias locais, quase nenhum dos que se manifestaram permitiu o uso do nome. Um desses, destacou que “nos tempos dos desbravadores” a ordem era exterminar os felinos, pois seriam inimigos dos seus rebanhos, por serem “comedores de bezerros e potrinhos, isto quando não iam aos chiqueiros abocanhar os suínos de ceva". Sem qualquer sentimento concluiu: “Era preciso exterminá-los”.
Claro que essa leitura é feita por muitos, mas não significa uma unanimidade, pois existe um famoso produtor rural, um dos mais conhecidos do país, que reserva um percentual de sua produção para as onças, por entender que elas estão envoltas numa luta de sobrevivência. Numa perspectiva de fé, acredita que no final dos números, tem sido abençoado.
O texto relata casos recentes de aparições de onças na região noroeste de Mato Grosso, embora observe que a presença dos felinos, nos dias atuais, é bastante reduzida.
Foi o que aconteceu com Maria Geanes Rodrigues Brandão e Edinezio Brandão de Amorim, que estiveram em Castanheira, visitando familiares. Na volta a Dom Aquino, nas proximidades do Rio Juruena, em Juena, tiveram o privilégio de ver uma onça preta, cruzando a BR, calmamente.
Outro relato permitido, na edição, foi o de Nelson Capixaba. Nas proximidades da fazenda que reverencia, no nome, um dos lugares prediletos de moradia das onças, a Toca, depois de visitar a filha Gabriela, topou com uma, parda, no final de uma tarde. “A surpresa foi imensa”, relatou à Revista, afinal nem sempre é fácil, nos dias atuais, ver o felino de perto.
A história do “A migo da onça”
A ilustração que dá título a matéria em menção tem como origem o diágogo, entre dois caçadores, como segue:
- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse em sua frente?
- Ora, dava um tiro nela
- Mas, se você não tivesse nenhuma arma de fogo?
- Bom, então eu matava ela com um meu facão.
- E se você estivesse sem o facão?
- Apanhava um pedaço de pau!
- E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
- Subia na árvore mais próxima!
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo!
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Então o “amigo” alvo das indagações, já irritado, retrucou:
- Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?